quarta-feira, outubro 28

Cinema




Nesta noite fez silêncio dentro de mim.
Não havia tristeza, mas também não havia festa
Fui fazer o que resta a uma mulher apaixonada, em plena euforia
Fui escrever-te um poema
Que descrevesse a cena
Que se passa em minha mente
Em meu cinema

Seu corpo repousado sobre os lençóis
Eu e você a sós
Com as pernas enterlaçadas
Meu ventre junto ao seu

Meu beijo te sela como uma carta
O pudor a gente descarta
Escrevo lindas palavras dentro de ti
E ainda não amanheceu

Seus suspiros e expressões
Seus olhos se fecham para me ver
Suas mãos me apertam
Um abraço sem fim me une a você

Encosta em minhas costas
Sente o cheiro da paixão que sai de mim
Boa noite, meu anjo
Me acorda amanhã com seu canto

Eu digo que te amo
E do jeito que você quiser
Seja ele qual for
Antes de tomar café
Vamos fazer amor

Leveza


Disparou...
Suou...
Tremeu...
Desconsertou...
Encabulou...
Encarou...
Desviou...

Durante um ano me apaixonou tantas vezes que já posso andar de olhos vendados no terceiro caminho sem me perder. Saberei onde estou.

Um sorriso
Você comigo
Pedra, água e capim, vento e som.

Fecha os olhos, abre o coração, sente o tamanho do nada que existe no tudo.
Quer ir pra lá de vez em quando?
Vem comigo.

Calendário


Um domingo de sol pra te ver
seguindo a meteorologia e o calendário
uma segunda com terceiras intenções
uma terça inteira trancadas num quarto
uma quarta chance de ter seu corpo inclinado na quina da cama
uma quinta para te acordar com uma cesta enfeitada
uma sexta ouvindo o canto da sabiá
uma sábado inteiro pra recomeçar _s2_

segunda-feira, outubro 19

Me Respira


De manhã, quando acordar
Eu estarei do seu lado
Brincando com as mãos na cintura

Recitando resmungos de bom dia
Tocando sua pele antes do Sol

Abro sempre os meus olhos com cuidado

Respiro leve, - você está aqui!
Despejo estalos, meus beijos nas costas
Sorri, e eu me encanto tanto..

Se espreguiça, pede um abraço

Esconde debaixo de minhas asas
Parece mais um chuvisco matutino

Que desenha depois um arco íris no céu

Aperta forte, me desfiando teimosa
A sua melhor manha é a manha dessas horas

Faço desses lábios oferecidos o meu café

Acorda menina, com jeito de flor esperta

Vira mulher no primeiro desejo que nasce.

Me respira, amor.. quero passear dentro de ti
Deixa em mim sementes de flores raras
Meu beija - flor, minha amada
Perfuma os meus dias e me faz feliz..

Ela e Eu


No meu corpo dela
Em seu corpo - eu

Beijo eu, beijo ela..

..Quando se entrega
Somos mais que eu e tu

As curvas se entendem

Com suas regras imorais
Tantos códigos não - verbais

Dois lados de enamorar

Paixão - Amor em lua de mel

Quando as pontas dos dedos

Tocam os dedos teus

É continuação de mim

Pernas, seios, pele e afins

Em uma nota só do mesmo verso..

quinta-feira, outubro 15

Os Titãs


A pequena princesa resolveu ir até lá. Bateu na porta do Tempo fazendo um eco por todo o castelo. De lá, sai o titã barbudo. Passa os olhos à sua altura e não vâ nada. Sente na barra da calça um puxão:

- Aqui!

- O titã se abaixa curioso e pega a pequena na palma da mão, com aqueles olhos grandes, brilhando.

- Oh, mas que você deseja, menininha?

- Com os braços cruzados responde:

- Eu não sou menininha! Vim falar com o senhor e com sua irmã.

O titã riu – se longamente.

- Ah sim, pois não, vamos entrar.

Tinha uma voz grave que não assustava a princesa.

Sentou num tronco de árvore que servia de banco e colocou a mocinha no seu joelho.

- Querida irmã, pode vir até aqui?

Ela, forte de braços longos e pernas longas, apareceu meio aérea.

- Pois não, Tempo, me chamou?

- Sim, aqui. Tem uma pequena querendo falar conosco. – ele não parava de rir e cahar graça.

- Mas que linda.. – olhou bem de perto a menina. – o que deseja?

- A senhora é a D. Distância não é? – se levantou – Tenho que falar algo importante: eu amo uma garota. Muito mesmo, do tamanho de vocês dois juntos. Mas os senhores tem atrapalhado um pouco nossas vidas.

Surpresos, os irmãos, olham a princesa.

- Sou o Tempo. Impiedoso, nunca olho para trás. Sirvo para que as pessoas entendam que não podem esperar as coisas. Não posso muda – las.

- E eu, Distância, tenho uma filha, a Saudade.Peralta que só! Mas esinei para ela que deve mostrar as pessoas o que é gostar e o valor delas. Enquanto isso, eu não posso mover os lugares.

A mocinha cruzou os braços atrás das costas e tranquilamente disse:

- Eu sei de tudo isso. Mas eu não vim pedir ajuda. Só queria olhar bem nos olhos de vocês dois e dizer que vocês não me assustam.

Os dois titãs se olharam e a Distância disse:

- Mas que decidida essa menininha!

- Eu já disse que não sou uma menininha! – ajeitou o vestido – Agora, senhor Tempo, poderia me colocar no chão?

Levemente o titã colocou a princesinha no chão, esta que já foi indo embora.

- Mas espere: qual o seu nome? – disse o titã.

A menina virou de peito estufado, abriu um sorriso e respondeu:

- Me chamo Intensidade.

Passou pela porta entreaberta e foi – se em uma nuvem de vento.

quinta-feira, outubro 8

Degradê


Tento dar-lhe um teto
para formarmos um lar terno
ter-lhe sempre por perto
viver um amor eterno
casar de vestido ou de terno
vai depender se é verão ou inverno
sempre que te beijo, te aperto
quando estás aqui, como um urso eu hiberno
externo o que sinto
converso contigo
diversos destinos
libertos extintos
internos conflitos
prédio, mar, pôr-do-sol
que tédio deve ser amar só
bom amar contigo