sexta-feira, abril 3

O Mensageiro


Em minha mesa,
Tinteiro e papel de carta
A cortina agitando
Jogando alguns versos na mão.
Para minha princesa quero escrever
Afasto a manga da blusa
Escolho bem devagar
O local que foi definido
Para cada palavra morar.
Métrica que não me cabe
Como medir um poema?
Versos com rimas pobres
Céu tranquilo e alma nobre
Alguma coisa a me inspirar...
Papel dobrado, quase um enigma
Decifra como se pode ler:
Não vai de cima pra baixo
Nem para nenhum dos lados
E lido para dentro de você.
Uma fita lilás, um carimbo do Reino
Chegarás a teu peito no amanhecer.
Menino que brinca na terra,
Brinca de ser mensageiro
De levar meus devaneios
A minha amada e bela.
Mas o menino esquece
Junto de outros meninos
Debaixo da árvore dormiu
E o vento nosso poema levou.
No céu a folha desfez
Cada palavra uma ave se mostra
Para onde foi todo esse amor?
Agora os apaixonados
Ao repousarem o peito em janelas
Sentem de vez em quando
Uma palavra daquelas:
Amor, beijo, luz e desejo
Encanto, vida, amor e sorte..
Meu poema agora é solto
Visita de Sul a Norte
Dentro de cada pessoa que ama
Minha palavra inflama
O que teu coração deveria ler.
Meu amor, não se preocupe
Mais nenhum poema ele hei de levar!
Guardarei todos em meu peito
E meus olhos, em breve, irão te recitar..

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