sábado, fevereiro 12

A Mochila


Levei as minhas férias inteiras catando cada gota de felicidade e preenchendo minha mochila, como se fosse ouro. Então você, que já estava feliz e bem até demais, perfura o fundo da mochila com o punhal do ego. Ficou o ódio é por ter tirado o que, no momento, era mais valioso pra mim, e foi tirado com irresponsabilidade. Os caminhos são outros, não se cruzam mais e, quando se cruzam, causam engavetamento brusco de sentimentos em minhas estradas interiores. Quando a indiferença chegar, será pior que havendo ainda o ódio. Fala-se de amor, da podridão do amor, da pior face do amor... Me perguntou tanta coisa, querida.. (sem ironia sobre a palavra). Confesso meu arrependimento pelos empurrões verbais, tapas e socos, na fúria de tentar dizer: some: acabou de me roubar tudo que eu tinha. E isso doeu, doeu por dias, solidificado na minha carne, dentro do meu peito, e sem metáfora. Não sei se machucou-se, pois o que vem de baixo não costuma atingir o que é superior (também sem ironia, sua sabedoria é um fato inquestionável).
Duas palavras não deveriam estar nesse poema abaixo. Custei a ler elas.
Mesmo que um dia ninguém poste mais nesse espaço, eu cumprirei minha promessa.

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