sábado, janeiro 9

Idos de Outono

Não deixe que a distância esfrie o peito e defende a base dos pensamentos ruins. Estivemos ao lado, deixando nos cantos nossos soluços. Pra todo lado um passo arriscado a favor de certezas mútuas. Horas e horas de escuta, pontos, vírgulas e regurgitações. A mente sem controle anda por onde quer, não vê espinho e machuca os pés. Mas, sempre alerta, a alma mais pura a manda voltar. Relembra pedaços bons de algo bem construído e, como já havíamos dito, se é forte o alicerce o que há de abalar? As lembranças sequestram a paz. A imaginação preenche lacunas que surgiram, tão angustiantes.. Duvida-se da existência das coisas, até da nossa própria existência. Eu ou você (não) estávamos lá. Resgate dos destroços no mar, a coletânea do amor que persiste. Pedra de todo tipo entrarão nos sapatos, mas neles não farão morada. É mancando que se escreve. Mesmo feridos, eles ainda se abraçam, nem que seja para estancar o sangue. Em uma demonstração fascinante de respeito, o que existe se torna jóia: antes rústica e agora cada vez mais lapidada. O desejo é maior, e ainda maior aquele de fazer um outro ser feliz.




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